Mostra Competitiva de Filmes Etnográficos Jean Rouch

Filmes Vencedores

Melhor Longa Metragem

Aikewara

Ficha Técnica:

Ano: 2018
País:
Brasil
Duração: 80′
Direção:
Luiz Arnaldo Campos e Célia Maracajá
Roteiro: Célia Maracajá e Luiz Arnaldo Campos
Fotografia:
Hélio Furtado
Montagem: Deco Barros

Num dia indefinido em 1972 helicópteros desceram na aldeia dos Aikewara – Suruí, no Sul do Pará, trazendo soldados que combatiam a Guerrilha do Araguaia. Com seu território ocupado militarmente começava o maior desafio vivido por um povo acostumado ao longo de sua história a enfrentar diversas ameaças de extinção. Um filme sobre o direito à existência e a resistência para fazer este direito existir. Aikewara, a ressurreição de um povo.

Luiz Arnaldo Campos

É formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Como documentarista realizou obras como o doctv A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados, a minissérie de 04 episódios Transamazônica-Utopias na Selva- , o longa-metragem Depois do Vendaval, codirigido por José Carlos Asbeg e Sérgio Péo, a minissérie de 05 episódios Palmares Coração Brasileiro Alma Africana e os curta-metragens Altino Pimenta, Haroldo Maranhão e Chama Verequete, prem0iados nos Festivais de Gramado – Melhor Música- Belém – Melhor Filme – Santa catarina- Melhor Fotografia e Vento das Palavras- Melhor Argumento e Melhor Filme pelo Júri Popular da Jornada Maranhense de Vídeo e Cinema

Célia Maracajá

Atriz e cineasta ,dirigiu a Oficina de Audiovisual Indígena da Fundação Curro Velho- Belém,, onde foram produzidos a série de documentários sobre as quatro Semanas dos Povos Indígenas e os documentários Arte de Voar, O Velho e o Novo, O Espírito das Ágnuas.sobre a vida e a luta dos povos indígenas.

Menção Honrosa

O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels

Ficha Técnica:

Ano: 2020
País:
Brasil
Duração: 71′
Direção:
Tiago Carvalho
Produção: Maria Flor Brazil
Montagem: Claudio Tammela
Mixagem e edição de som: Damião Lopes
Finalização de cor: Tomás Magariños

Entre as décadas de 40 e 70, o médico sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos e filmou muitas de suas expedições em filmes de 16mm. Em 1968 foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do índio, dias antes do AI5. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem em “O índio cor de rosa contra a fera invisível” para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas.

Tiago Carvalho

Documentarista, roteirista e pesquisador, Tiago Carvalho dirigiu curtas metragens e séries documentais de televisão. “O índio cor de rosa” é seu primeiro longa-metragem.

Melhor Média Metragem

Tempo da Flor

Ficha Técnica:

Ano: 2020
País:
Brasil
Duração: 24′
Direção:
Tiago Carvalho
Roteiro: Paulo Castiglioni 
Fotografia:
Paulo Castiglioni 
Edição: Claudio Tammela 

No Quilombo da Mata dos Crioulos, no alto da Serra do Espinhaço, a família de Jandira vive os primeiros dias da estação de colheita das flores sempre-vivas

Tiago Carvalho

Documentarista, roteirista e pesquisador, Tiago Carvalho dirigiu curtas metragens, séries documentais de televisão e o longa “O índio cor de rosa contra a fera invisível – a peleja de Noel Nutels”. Tempo da Flor é seu curta metragem mais recente.

Menção Honrosa

Volta Grande

Ficha Técnica:

Ano: 2019
País:
Brasil
Duração: 26′
Direção:
Fábio Nascimento
Fotografia: Fábio Nascimento
Montagem: Renato Gaiarsa

Famílias ribeirinhas lutam para retornar ao seu território nas margens do rio Xingu, de onde foram expulsas pela Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Em uma articulação inédita, criam o Conselho Ribeirinho, responsável por reconhecer as famílias tradicionais deslocadas e criar uma proposta de reparação que garanta seus direitos territoriais e a manutenção de seu modo de vida. Após anos de luta, os ribeirinhos finalmente retornam ao seu território.

Fábio Nascimento

É cineasta e fotógrafo documental que colabora com a National Geographic, Greenpeace, Médicos sem Fronteiras, The New York Times, e uma variedade de outros locais, produzindo histórias na intersecção entre pessoas, meio ambiente e ciência. Nascido do Brasil, onde estudou jornalismo na UFJF, e Cinema na Sorbonne Nouvelle, na França, e fez mestrado em Documentário na Paris VIII. Embora parte de seu trabalho seja em fotografia, ele também é diretor de cinema documentário, diretor de fotografia e editor. Tem formação em música e, como resultado, compõe as trilhas sonoras de muitos dos seus filmes. 

Melhor Curta Metragem

Seremos Ouvidas

Ficha Técnica:

Ano: 2020
País:
Brasil
Duração: 13′
Roteiro e Direção:
Larissa Nepomuceno
Direção de Fotografia:
Lucía Alonso, Eduardo Sanches, Rodrigo Franco
Direção de Arte:
Lucas Veiga
Montagem:
Larissa Nepomuceno, Lucas Teixeira, Fábio S. Thibes

Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidade diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo.

Larissa Nepomuceno

É pesquisadora, documentarista, e mestre em Educação. Em seus filmes discute direitos humanos, pautas identitárias e o lugar da mulher na sociedade. Seus documentários, produzidos durante o curso de cinema, fizeram grande carreira em festivais. O primeiro, Megg – A Margem que Migra para o Centro (2018), recebeu 8 prêmios e 3 menções honrosas em 78 festivais de cinema; e Seremos Ouvidas (2020) recebeu 6 prêmios e 6 menções honrosas em 82 festivais de cinema até então. Atualmente desenvolve uma série documental sobre feminismo surdo e é responsável pela disciplina de Documentário do Centro Europeu.

Menção Honrosa

Minka de la Memoria

Ficha Técnica:

Ano: 2019
País:
Peru-Espanha
Duração: 4′
Roteiro, direção e edição:
Luis Cintora
Canção de depoimento:
Rosa Llamocca
Música:
Evan Jones / TryTachyon
Tradução do quíchua:
María Elena Tarqui

ANFASEP (Associação de Parentes de Raptados, Detidos e Desaparecidos de Peru) organiza uma minka na terra de La Hoyada de Ayacucho, onde centenas de civis foram extrajudicialmente executados e enterrados em sepulturas clandestinas ou cremados por membros do Exército Peruano na década de 1980.

Luis Cintora

Na última década, ele esteve envolvido no realizando documentários e em projetos de defesa dos direitos humanos nos países como Peru, Chile, Mongólia, Argélia ou Somália. Ele fez uma série sobre memória e violência do conflito armado interno no Peru composta por mais de 10 documentários, entre os quais se destacam “Los Cabitos Saludan Te Saludan”, “Totos, memória de uma cidade esquecida” e “Minka de la memoria”, que foram divulgadas e premiadas em vários festivais cinema internacional. Trabalhou no departamento de memória da Equipe Peruana de Antropologia Forense (EPAF), no departamento de audiovisual do Museu da Memória Santiago do Chile e colaborou com outras organizações de direitos humanos, associações de familiares e vítimas e comunidades afetadas pela violência no Peru. Atualmente, ele continua sua atividade documental sobre questões de direitos humanos e memória e está trabalhando em dois novos longas-metragens documentais: “Un Viaje para nós “e” Este foi o nosso castigo “, o último trabalho de sua série de documentários sobre memória da violência na região de Ayacucho, Peru.

III FFEP